Bruges - Bélgica

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Passamos rapidamente pela estação de trem (Gare Central) de Bruxelas, aliás, belíssima. Parece um aeroporto, imensa e muito limpa. Até ali, foram 3 horas de viagem vindo de Amsterdã. Para Bruges, mais 1 hora. Como saímos de Amsterdã às 16h30, chegamos em Bruges à noite.

A 97 km da capital Bruxelas, Bruges é a cidade mais linda da Bélgica. Seu pequeno centro, do século XIII, continua praticamente intacto, com construções originais. Suas ruas estreitas de arquitetura medieval estão entre as mais preservadas da Europa. As casinhas quase dentro dos canais completam o cenário romântico, que é bem propício aos casais. Prepare-se para esbarrar com turistas o tempo todo, afinal tanta beleza precisa ser apreciada.

As ruas Steenstraat e Dijver, paralelas uma a outra, são as que concentram a maior parte das atrações turísticas.

Bruges tem o formato circular, atravessada e circundada por diversos canais. Market Square (Praça Market) é o ponto de partida para uma caminhada pela cidade. É a praça central, onde destaca-se o Campanário Belfry (Belfry significa “torre do sino”) . Marco da cidade desde o século XII, é uma torre com um carrilhão de 47 sinos que tocam 27 sons diferentes. Faz parte do conjunto de 56 torres semelhantes existente na região dos Flandres (norte da França, Bélgica e parte da Holanda), tombado pela UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade. Para subir os 366 degraus (são 83 m de altura) paga-se 5/4 euros (estudante). Abre diariamente, das 9h30 às 17h. Ainda no prédio do campanário, o Bruggemuseum (Museu da Cidade). Aberto das 9h30 às 17h. Ingresso a 8/6 euros (estudante).

Nesta praça, há inúmeros cafés, um mais charmoso que o outro. Prepare-se para gastar. Ali, tudo é caro, começando por um simples café expresso.

Logo em seguida, está a Praça Burg. Destaque para a Heilig Bloed Basílica (Basílica do Sangue Sagrado), famosa por ter um vaso de cristal contendo, supostamente, gotas coaguladas do sangue de Cristo, trazidas da Alsácia em 1150. O recipiente, no entanto, nunca foi aberto. Fica ao lado da Prefeitura e sua entrada é feita pela Steeghere, uma fachada de onde sobe uma bonita escada, porque a capela fica no segundo andar. Aberta abr/set, das 9h30 às 12h e das 14h às 18h; out/mar, das 10h às 12h e das 14h às 16h. Entrada gratuita. Não se paga para visitar a igreja e sim a relíquia que ela abriga.

Na mesma praça, ao lado da Basílica, está a Stadhuis (Town Hall ou Prefeitura). Erguido entre 1376 e 1420, está entre os prédios mais antigos da Bélgica. Expõe pinturas e mobília típica referentes à história da cidade. No primeiro andar, a sala gótica com esculturas da Baixa Idade Média. Infelizmente, é proibido fotografar. Aberta das 9h30 às 17h. Entrada a 2,50/1,50 euros (estudante).

Hospedamo-nos no Bauhaus International (135, Langestraat). Fica um pouco distante da estação. Melhor pegar um ônibus, ao lado da estação de trem, saindo à esquerda. Os de número 3 e 13 param na Markt. Dali, caminha-se algumas quadras para baixo, atravessando também a praça Burg. Diária para casal, incluindo café da manhã bem básico (servido no prédio ao lado, que é um restaurante do hotel), a 50 euros. O quarto, com banheiro privativo, é amplo e limpo. Ao lado do hotel, há o albergue, com preços mais baixos. O atendimento não é bom. Reserva: www.bauhaus.be. No caminho, há outro albergue e, também, alguns hotéis antes deste, como o Hotel Ter Reien (Langestraat 1, Centrum, 8000); e o Pand Hotel (Pandreitje 16, Centrum, 8000). Reserva: www.booking.com.

A cidade também oferece vários museus. O Groeninge Museum é o principal museu de belas artes de Bruges, com pinturas holandesas e belgas do século XV ao XX e arte flamenga do primitivo (estilo do norte da Bélgica, que no século XV era Holanda) ao contemporâneo. Abre das 9h30 às 17h. Entrada a 8/6 euros (estudante).

Próximo à Onze Lieve Vrouwekerk (Igreja de Nossa Senhora), que tem a sacada particular da família Gruuthuse, está o Gruuthuse Museum. A igreja é medieval, típica da região dos Flandres e possui a segunda maior torre de igreja da Bélgica, com 122 metros. De longe, é a torre mais alta da cidade, que pode ser vista de longe. O acesso à igreja é gratuito, porém paga-se para ver o museu, atrás do coro (1,50 euros). Ali é possível ver os túmulos dos primeiros reis da região (os Duques de Burgundy) e, principalmente, a Madonna de Michelangelo – a única peça do artista existente nos Flandres. Vale a pena.

O museu tem esculturas em madeira, tapeçarias, objetos de porcelana e cerâmica e armas. Era a casa de um mercador monopolista de trigo e cevada (matérias-primas para a indústria da cerveja) da região. Por ser monopolista de um artigo tão popular, foi grande o seu grau de riqueza e a importância na região à época. Por isso, sua casa foi transformada em museu e é um espetáculo, tanto pela arquitetura quanto pelo acervo cultural que ele reuniu. Além disso, é o museu arqueológico da cidade, desde 1898. A influência da família era tanta, que aproveitando que a casa era geminada com a igreja, construíram uma sacada particular para o interior da igreja; assim, assistiriam às missas sem precisar sair de casa.

Outros museus são: Bruges Brouwerij Mouterijmuseum (contém documentos e objetos que contam a história secular da produção de cerveja na cidade); e Museum voor Volkskunde (museu folclórico na parte nordeste de Bruges). Há, ainda, o Friet Museum (Museu da Batata Frita). Inaugurado em 2008, mostra a história da batata, desde a origem até a sua popularização em versão frita na Europa. Abre todos os dias, das 10h às 17h. Entrada a 6 euros. Fica na 33, Vlamingstraat. E, junto ao anterior, o Choco-Story – The Chocolate Museum, em um prédio do século XV, onde conta-se a história desta delícia. Em uma das salas, um belga ensina os truques para a preparação de um bom chocolate. Entrada a 6 euros, com direito a uma degustação básica.

A cervejaria Halve Maan, que funciona desde 1856, é também um restaurante e um museu da cerveja. O auge da cidade foi no ano de 1441, quando chegou a ter 54 cervejarias, porém com o passar do tempo e o surgimento do estilo Pilsen na República Tcheca, diversas cervejarias foram fechadas.

Em 1564 havia registros da existência da cervejaria “Die Maene” (A lua), na rua Walplein. Em 1856, Leon Maes, também conhecido como Henri I, torna-se dono da propriedade. A cervejaria produziu a famosa Brugse Straffe Hendrik e, em 1988, a marca e a receita foram vendidas a Liefmans, porém em 2008 Xavier conseguiu de volta os direitos da marca e voltou a produzi-la em Bruges. A cervejaria havia ficado fechada de 1980 a 2005; no local existiam diversos artefatos cervejeiros como copos, equipamentos, garrafas e ficou funcionando como museu até 2005. Durante dois anos Bruges não teve nenhuma cervejaria em funcionamento, até que em 2005, após seis gerações, Xavier Vanneste assumiu o controle dos negócios e lançou a cerveja Brugse Zot, hoje a única cervejaria em Bruges e ganhadora de vários prêmios internacionais.

Logo na entrada na fábrica já se vê o terraço. À direita, uma galeria de arte com diversos quadros da cidade e, subindo as escadas, chega-se ao pub principal onde estão as choperias.

A visita, que acontece de hora em hora, acontece na parte antiga da cervejaria, a 5,50 euros, com um chopp Brugse Zot incluído. Há demonstração dos antigos e tradicionais métodos e equipamentos para fabricação da cerveja, dos ingredientes, histórias e curiosidades. Situada na Walplein, 26. Para chegar a pé, logo após sair da estação de trem siga pela rua Oostmeers, virando na segunda à direita (Zonnekemmers) e, logo à frente, a Praça Walplein.

Já mais para o lado da estação encontra-se a Catedral de São Salvador, igreja protestante, em estilo neogótico, modificada pelas várias reformas ao longo dos séculos. Passou a ser a catedral em 1830, quando os franceses invadiram a cidade e demoliram a catedral de São Donato. Possui bonitas obras de arte e sua torre de 99 metros é imponente. A base da torre icônica foi a única seção que sobreviveu intacta da Idade Média; outras partes foram perdidas em incêndios e pela erosão dos tempos. A estrutura resultante tem uma seção antiga neogótica e uma torre nova, construída com design romanesco. O telhado pontiagudo que está no topo da torre foi adicionado sem o consentimento do arquiteto, porque a comissão real decidiu que, sem ela, a torre pareceria muito plana. As tapeçarias que cobrem as paredes da entrada são tesouros belgas feitos por Jasper vander Borcht no início do século XVIII. Os modelos das pinturas usados para as tapeçarias também se encontram na Catedral, assim como as esculturas e monumentos aos falecidos.

Mais próximo ainda da estação está a Begijnhof (Casas das Beatas), pequeno conjunto de casas, construído no século XIII em volta de um jardim/pátio onde há um poço e uma igreja, para acolher viúvas ou anciãos. Hoje é habitado por freiras da Ordem de San Benito. É permitido entrar no pátio. Visita gratuita.

Do lado oposto à maioria dos pontos turísticos, na verdade, saindo do nosso hotel e seguindo à esquerda pela rua Langestraat, avista-se um portal. À sua esquerda, vários moinhos de vento, à beira de outro canal. O local chama-se Sint Janshuis’ Mill. É bom passar lá depois das 10 horas, quando o tempo já se abriu mais para tirar belas fotos.

Outra atração é o Sant John’s Hospital: a construção não é mais um hospital, que foi desativado em 1978, depois de quase oito séculos de funcionamento ininterrupto (790 anos). Atualmente, o prédio abriga o Memling’s Museum (Museu do Hospital) e uma antiga farmácia. Uma visita enriquecedora e breve, bastante interessante para se entender o que era um hospital medieval.

Um mapa sempre ajuda, principalmente quando o turismo é feito a pé. Obtenha-o nas estações ou no seu hotel.

Muitos casais fazem passeios de barco pelos charmosíssimos canais de Bruges. São vários pontos espalhados pelos canais da cidade. Sai a 5 euros por 30 minutos.

Nos arredores de Bruges, há a cidadezinha medieval de Damme. O trajeto até lá é fácil. Saia pela porta de acesso Dampnort e siga pelo lado direito do canal. Você pode ir de bicicleta (1h-1h30). Na paisagem, canais, moinhos, casinhas típicas e muita área verde. O lugar é bem tranquilo. Estando cansado, pode voltar de barco (as bikes são permitidas). A bicicleta pode ser alugada no Eric Popelier (na Mariastraat 26), a 3,50 euros por 1h.

Após o almoço, no dia 30 de outubro, seguimos para Gent, outra cidade medieval na Bélgica, a apenas 20 minutos de Bruges.

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