Viagem ao Norte da Europa

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Em 07 de outubro de 2009, partimos de Brasília (DF) para uma nova viagem. Excelente, mais uma vez. A cada jornada, nossa vontade de desbravar novos lugares só aumenta. Ao final da viagem, um imenso desejo de começar tudo de novo, de apreciar outros lugares, de descobrir o que ainda não conhecemos.

Desta vez, o destino foi Inglaterra, Escócia, Irlanda, Estônia, Dinamarca e os países nórdicos: Noruega, Suécia e Finlândia. Visitamos as capitais e algumas cidades interessantes destes países.

Como aproveitamos bem nosso tempo, passamos ainda em Bruges e Gent, na Bélgica; Marken e Volendam, na Holanda; e Vale do Loire e Abadia St. Michel, na França.

Arrume as malas e boa viagem!

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Tours (Vale do Loire) - França

domingo, 1 de novembro de 2009


Chegamos à noite, no dia 1º/11, às 20h24, na Estação de Trem SNCF, na Place du Marechal Leclerc. Cuidado: há outra estação que fica no subúrbio de Tours, é a St-Pierre-Des-Corps (SNCF), antes da principal. Atente para não descer no local correto. Ouça a estação anunciada no trem e, também, leia a placa ao chegar.

Hospedamo-nos num hotel de esquina, ao lado da estação, chamado Hotel de L’Europe, pagando 62 euros pela diária, mais taxa de turismo de 1,98 euros. Café da manha à parte, por 7 euros. Ficamos duas noites.

Há outros hotéis do outro lado da estação e da praça, mais caros.

A cidade tem 270 mil habitantes e é uma das cidades do Loire. A partir do século XVIII, o rei François I, apaixonado por obras arquitetônicas, incentivou a construção de castelos. Qualquer burguês poderia adquirir uma pequena propriedade e nela erguer um château (castelo) como símbolo de status. Assim o fizeram e, por isso, no Vallée de la Loire, há várias fortalezas medievais e gigantes mansões cercadas, geralmente, de fossos, parecendo verdadeiros castelos de contos de fadas. Hoje, podemos apreciar tamanhas grandezas.

Além de Tours, Blois é outra cidade que serve como base para visitar a região. Falaremos dela mais abaixo.

Tours é uma cidade bonita, dividida por dois rios. O centro está à margem do rio Loire, ao norte.

A Place Jean Jaunes (saindo da estação, dobrando à esquerda no Boulevard Heurteloup) é o local onde se pega a maioria dos ônibus.

O Quartier Plumereaux é a área mais atrativa, uma espécie de bairro gótico com prédios antigos e construções típicas. É onde está a Cathédrale St-Gatien (rue Jules Simon), com suas duas torres de 70 m. Para chegar, saia em frente da estação, cruze a praça, virando à direita no Boulevard Heurteloup, depois à esquerda na rue Jules Simon até a Praça da Catedral. Entrada gratuita.

Ao lado da Catedral, encontra-se o grande Musée de Beaux-Arts (Museu de Belas Artes). Fechado às terças-feiras.

Seguindo adiante, pela rue Lavoisier, chegamos à Biblioteca Municipal e a bela Pont (ponte) de Saint Symphorien (mesmo nome do aeroporto, distante a 4 km) que corta o rio Loire.

Passando a Praça da Catedral e virando na primeira rua à direita, está o calçadão Colbert, que dá acesso à Igreja St. Julien. No percurso, várias lojas, cafés, restaurantes e um bom supermercado.

No dia 02 de novembro, começamos nossa peregrinação pelos castelos. Impossível ver todos, devido à quantidade existente e ao tempo que tínhamos. Conhecemos cinco, ao todo.

Iniciamos pelo Château d’Amboise. De Tours para a cidade de Amboise, onde fica o castelo, são somente 20 minutos de viagem. Com a estação à nossa frente, foi fácil pegar o primeiro trem. Os horários, de segunda a sábado, são: 5h32, 6h31, 6h47, 7h08, 8h14 e, daí em diante, mais ou menos de 1 em 1 hora, com um intervalo maior entre 11h e 15h.

O mesmo trem segue para Blois, onde também há mais dois castelos. Até lá, a viagem dura 40 minutos.

O Château d’Amboise, de estilo renascentista italiano, foi uma cidadela fortificada por Carlos VII no século XV. Amboise foi o lugar onde um jardim organizado um pouco à maneira italiana foi visto pela primeira vez na França: no sítio do original jardim formal francês.

Ampliado e melhorado ao longo do tempo, no dia 04 de setembro de 1434, o edifício foi confiscado e adicionado por Carlos VII aos bens da Coroa, depois do seu proprietário, Louis d'Amboise, ter sido acusado de conspiração contra Luís XI e executado em 1431. Uma vez nas mãos reais, o castelo tornou-se um dos favoritos dos reis franceses. Carlos VIII de França, que aqui nasceu e faleceu, decidiu fazer extensas reconstruções, começadas em 1492 ao estilo do gótico flamboyant francês tardio e, depois de 1495, empregou dois mestres pedreiros italianos, Domenico da Cortona e Fra Giocondo, os quais providenciaram para Amboise alguns dos primeiros motivos decorativos renascentistas até então não presentes na arquitetura francesa.

Em seu interior, a capela de Saint-Hubert, onde dizem estar o túmulo de Leonardo da Vinci; a ala Carlos VIII, de estilo gótico flamboyant, que compreende os alojamentos do rei e da rainha; a ala Luís XII, de estilo renascentista italiano, onde estão os alojamentos do século XIX; as duas torres dos cavaleiros (Torre dos Mínimos e Torre Heurtault), rampas cobertas que permitiam o fácil acesso dos cavalos e das carruagens, desde o nível do rio Loire até o plano do castelo; o parque no terraço, onde há um busto de Leonardo da Vinci e um memorial muçulmano para os acompanhantes do teólogo Abd El Kader, falecidos em Amboise durante o seu cativeiro; e canteiros e jardins.

Para chegar, saia da estação em linha reta e atravesse duas pontes. Você avistará a construção de longe. Aberto das 9h às 17h30 (19h no verão). Entrada a 9/7,50 euros (estudante).

Um pouco acima desta fortaleza, está o Parc Leonardo da Vinci ou Château de Clos Lucé (rue du Clos Lucé), como é mais conhecido. Não é um castelo, na verdade é uma mansão renascentista onde Leonardo da Vinci passou três anos da sua vida, arquitetando castelos e outras obras e morreu. O museu é excelente, possui alguns dos rascunhos originais dos seus projetos e réplicas de suas obras e invenções. Pode-se percorrer todos os cômodos (cozinha, quarto, salões, gabinete de trabalho, galeria) intactos desde que ali viveu, onde podemos imaginar como eram seus dias. Para quem tiver tempo e interesse, há o parque dentro da mansão, onde estão expostas suas engenhocas reproduzidas pela IBM. Com certeza, vale a visita. Abre todos os dias, das 9h às 17h (20h no verão). Entrada a 9,50/7,50 euros (estudantes). Na baixa temporada, estudante paga 6 euros.

À tarde, visitamos o Chenonceau, há 25 minutos de Tours. Mas, você também pode ir para lá partindo de Amboise. Descendo do trem e atravessando o trilho, já é possível avisar o castelo, que chama a atenção por ter sido construído sobre o rio Cher, no século XVI. Parece uma “ponte” cruzando o rio. Os jardins de acesso são grandes e belos. Em um deles, há um labirinto italiano, criado por Catarina de Médicis, com mais de 2000 arbustos. A Torre Marques é um dos destaques do castelo. O portão de entrada é imponente. No seu interior, a sala dos guardas, a capela, o gabinete verde, a biblioteca, a galeria, o vestíbulo, a cozinha, o salão Luís XIV, a escadaria, o quarto das cinco rainhas, o quarto de Catarina de Médicis, o salão de chá, entre outros cômodos. Nas paredes, tapeçarias de Flandres do século XVI representando cenas da vida do castelo; e o teto é todo decorado.

Por ter sido sempre habitado por mulheres poderosas, é chamado de “O Castelo das Damas”. Entre elas: Diane de Poitiers, Catarina de Médicis, Luísa de Lorena, Maria Stuart, Margot e Madame Dupin. Muitas festas e encontros intelectuais foram ali promovidos. Voltaire, Montesquieu e Rousseau foram alguns dos seus frequentadores. Aberto diariamente, das 9h às 19h (no verão). Na entrada, recebe-se um guia de visita. Ingresso a 10 euros.

No dia seguinte (03/11), acordamos cedo novamente para irmos a mais dois castelos. O Château de Chambord foi o primeiro. Para ir até lá, é mais difícil. Pegue um trem até a cidade de Blois e, depois, um ônibus. O problema é que os ônibus são escassos e, como era muito cedo, não havia nenhum. Pegamos um táxi (o castelo fica a 16 km da cidade) em frente à estação. Combinamos que ele nos esperaria tirar algumas fotos e que, na volta, nos deixasse no Château de Blois. O dinheiro gasto valeu a pena.

É um dos mais conhecidos castelos do mundo devido à sua distinta arquitetura em estilo renascentista francês que combina as formas medievais francesas tradicionais com as estruturas clássicas italianas. É realmente impressionante!

Embora seja o maior palácio do vale do rio Loire, foi construído apenas para servir de pavilhão de caça para Francisco I de França, que mantinha a sua residência no Château de Blois e no Château d'Amboise.

Em 1913 Marcel Reymond fez a primeira sugestão de que Leonardo da Vinci, um convidado do rei Francisco I, em Clos Lucé, próximo de Amboise (mansão já citada acima), foi responsável pelo desenho original, o qual reflete os planos de Leonardo para um château em Romorantin para a Rainha-mãe, e o seu interesse no planejamento central e na escadaria em dupla-hélice. Porém, a discussão ainda não está concluída.

O palácio é composto por uma fortaleza central com quatro imensos torres baluartes nos cantos. A fortaleza também forma parte da fachada, a qual tem uma largura composta ainda por duas torres mais largas. Nas traseiras encontram-se bases para duas futuras torres, que nunca foram desenvolvidas, e mantêm o mesmo nível do muro. O palácio contém 440 salas, 365 lareiras e 84 escadarias. Quatro abóbadas retangulares, uma em cada piso, tomam uma forma de cruz.

Os telhados de Chambord contrastam com o restante da construção e têm sido comparados frequentemente com a silhueta de uma cidade: mostram onze tipos de torres e três tipos de chaminés, sem simetria, enquadrados nas esquinas pelas torres. O desenho tem paralelo com o Norte da Itália e as obras de Leonardo.

Um dos pontos altos da arquitetura é a espetacular escadaria aberta em dupla-hélice, que é a peça central do palácio. As duas hélices ascendem aos três pisos sem nunca se encontrarem, iluminadas de cima por uma espécie de farol no ponto mais alto do edifício. Isto sugere que Leonardo da Vinci poderá ter desenhado a escadaria, mas isto não está confirmado.

O castelo é constituído por 128 m de fachadas, mais de 800 colunas esculpidas e um telhado elaboradamente decorado. Quando Francisco I concedeu a construção de Chambord, queria que se parecesse com a silhueta de Constantinopla (atual Istambul).

Aberto diariamente, das 9h às 18h15 (19h30 no verão). Entrada a 9,50/7,50 euros (até 25 anos). Na baixa temporada, 8,50/6,50 euros.

De volta ao centro da cidade, passamos para o último castelo de nossa viagem, o Château de Blois. Foi ele que deu origem à cidade, hoje com 50 mil habitantes, e bem mais bela que Tours. É um bom local para se estabelecer e conhecer as magníficas construções da região, com acesso de trem para os principais fortes.

Blois está muito preservada. Suas pontes, casas, ruelas, tudo lembra uma cidade medieval. A Catedral St-Louis, acessada por uma escadaria, é bela. Fica perto da Place du Château (Praça do Castelo), mas do lado oposto.

Outras igrejas são: Igreja Saint-Vincent e St. Nicolas.

A Place de la Republique, cercada pelo Palácio da Justiça, Conselho Geral, Prefeitura e Biblioteca Abbé Grégoire merece destaque.

Então, se voltarmos ao Vale do Loire, optaremos por ficar em Blois; é bem mais romântico do que Tours.

Entramos, finalmente, no palácio. Além de residência de vários reis da França, foi o local onde o Arcebispo de Reims abençoou Joana d'Arc, em 1429, antes de esta partir com o seu batalhão para combater os ingleses em Orleães.

Erguido no centro da cidade de Blois, compreende vários edifícios construídos entre o século XIII e o século XVII, ao redor do pátio principal. A sua mais famosa peça de arquitetura é a magnífica escadaria em espiral, na ala de Francisco I. O castelo medieval tornou-se uma residência real e a capital política do reino durante o reinado de Luís XII de França. No início do século XVI, o soberano iniciou uma reconstrução do castelo e a criação de um jardim renascentista.

A entrada principal do palácio, caracterizada por uma estátua eqüestre do rei Luís XII, é feita em tijolo encarnado e pedra cinzenta, o que dá bastante charme à construção. Apesar de o estilo ser essencialmente gótico, existem elementos renascentistas, tais como um pequeno candelabro.

Quando Francisco I subiu ao trono, a sua esposa, Cláudia de França, o convenceu a mobiliar Blois com a intenção de se mudar para lá, deixando o Château d'Amboise. Francisco I, então, iniciou a construção de uma nova ala e criou no palácio uma das mais importantes bibliotecas da época. Após a morte da esposa, em 1524, ele passou muito pouco tempo em Blois, tendo a impressionante biblioteca sido levada para o Real Château de Fontainebleau, onde foi usada como “Bibliothèque Nationale” (Biblioteca Nacional).

Ali a arquitetura e a ornamentação são marcadas pelas influências italianas. Ao centro, está a monumental escadaria em espiral, coberta por finas esculturas e com vista para o pátio central. Por trás desta ala está a fachada das galerias.

Destaque para a Sala dos Estados, a única do século XIII e era sede da corte, utilizada como sala de justiça pelos condes; o museu lapidário (as esculturas originais das diversas alas estão reunidas nas antigas cozinhas da ala Francisco I); sala do rei Francisco I; sala dos guardas; galeria e quarto da rainha (onde Catarina de Médicis morreu em 1589); oratório; gabinete da rainha; sala do Guise (há quadros que retratam o assassinato do duque de Guise, em Blois, em 1588; tal fato teria inspirado muitos pintores); galeria e quarto do rei (ali teria ocorrido o assassinato do duque de Guise, tendo caído aos pés da cama do rei, golpeado por ordem do rei Henrique III); sala do Conselho; a capela de Saint-Calais, construída no reinado de Luís XII, com vitrais que evocam personagens da história do castelo.

Ainda há o Museu de Belas Artes, na ala Luís XII. Desde 1869, os apartamentos reais do primeiro andar abrigam o museu, apresentando pinturas e esculturas dos séculos XVI a XIX, além de tapeçarias francesas e flamengas.

Por último, destaco a Torre do Foix, um vestígio das fortificações do século XII. Os terraços oferecem um vasto panorama da cidade de Blois, o Vale do rio Loire e a Igreja de São Nicolau.

O castelo fica a poucos minutos da estação de trem. Aberto diariamente. Entrada a 6 euros.

Na rue Voûte du Château, ao lado do palácio, tem um Centro de Informações Turísticas, onde você pode conseguir um mapa da cidade.

Caso queira algo mais fácil, há o Chateaux Excursions, com passeios saindo da estação de trem em Tours, a partir das 9h30 e das 13h45, com duração de 3h30/4h, percorrendo 2 ou 3 fortalezas. Oferece trajetos para o dia inteiro também, das 9h30 às 18h45, incluindo almoço. Os preços, dependendo do pacote, variam de 18 a 49 euros.

Alugar um carro é o ideal, se você tiver tempo, para percorrer a região e conhecer todos os castelos.

Por volta das 11h, voltamos para Tours para pegarmos nossas malas no hotel e o trem para Paris (3h de viagem). São diversos horários, praticamente a cada 1 hora, das 5h32 às 19h11, de segunda a sexta (no sábado, o último sai às 18h42). No domingo, não há trens para Paris. Lembrete: os horários são sempre sujeitos a mudanças, portanto, peça um “timetable” no guichê de atendimento.

De Tours, o trem para na Estação Paris Austerlitz. Como de lá não partem trens para o aeroporto, tivemos que ir para a estação Gare du Nord e, então, seguimos no Trem RER ao aeroporto Charles de Gaulle. Nosso voo para Rio-Brasília saía às 19h50, em 03 de novembro. Chegamos em casa às 10h30, no dia seguinte.

Fim de viagem.

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